Existem coisas nas quais eu penso que falei mas não. Estão como fotografias na minha cabeça. Meu olhar capta todas as nuances e as palavras saem como aqueles matinhos beirando paredes altas ou nos musgos do meio fio.
A manhã se desenrola calma e uma caneca ressaltou a lembrança quente de minha mãe quando todos os dias tomavamos café juntas antes de eu ir para o trabalho. Ela cega fazia questão de fazer o café e todas as outras coisas na cozinha. Usava faca com maestria e dizia para eu ter cuidado porque estava amolada.
Mas o presente de hoje é toda herança que trago das mulheres de minha familia. Trago em mim os traços da bisa avó mãe tias primas. Ainda que na distância geográfica. E por isso mesmo recolho a história nas manhãs brotadas de silêncio entre as gelosias.
Rio, maio de 2020.
Alessandra Espínola
quarta-feira, 17 de junho de 2020
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