quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Fragmentos (Rio, 4/Novembro/2020).

 Vai demorar um pouco por que velhas e velhos trabalham lentamente , devagar e no silêncio do corte como que samurai... afiando a faca a lábia a lagrima a água a terra e o fogo... o homem debochado da femea e q não respeita a natureza por si só atrai e cava a cova rasa exposta e para uma Lilith furiosa e Injustiçada não sobra nem a ultima vértebra... nem o fôlego último para pedir perdão.  Justiça É. (Calma q é porque ainda não foi). Velha bruxa trabalha é no oculto silencioso do sangue que escorre seja por dentro de um himem ou de uma menstruação de vida inteira. O tempo de trâmite (o trânsito do que não se escapa) é alem da lei aparente (dos homens) , a sábia lábia de crocodilo fica bem mais embaixo no profundo do caos e do túmulo de todas as mães e mulheres de todas as raízes do ventre da terra! retorno de todas as deusas e deuses - mulheres e homens do mesmo tronco e da mesma lágrima (velhas sábias e sábios) para que exatamente tudo seja feito conforme. Seja feito! Boiuna se levantou do lodo do lago da lama do barro mais primordial e vai a fumar. Para a lábia do crocodilo fazer valer até os confins... por todas as luas e evas e liliths por todas as venus: justiça é boa quando lenta. Porque é finda e é no cutelo. Ai de quem! Ai de quem desrespeita a mãe a mulher e o oculto dos ventres.  Amém!

Eita q vai ser de doer. Quer queira ou não queira. E eu não terei pena! 

A. E.

Rio, 04 de novembro de  2020.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Funduras e mergulhos. (Rio/2020)

 Tentei escrever uma vida inteira de vezes o que sentia, via e vivia, a lágrima de luz que desenterrava da lama, as vidas e os mortos da menstruação já meio ressecada do tempo. Era o tempo passando pelo corpo, regando e rasgando a terra, rachando as paredes dos velhos casebres, a cor estrumal do barro, vermelho e junco do tronco e da árvore genealógica de um ciclo incalculável de processos de transformação e renascimentos, as partes alquebradas vindas de uma memória tênue, netuniana e solar.  Descobertas na des_construção de um eu pelo todo e para o todo. Tentei por vidas várias vezes viver o óbvio e o descontrole que há em tudo que flui. Das marés ao pó. Incisiva fui na fundura de sapatas para o nada. Atestar que não há vazios. Vivo o transcendente. A justiça do cálcio e o imparcialidade do mercúrio nas mandíbulas terrestres de cal e granito. O veneno antídoto na ponta da espátula. Quebrar a relíquia do dogma. Velar a ciência e o ouro. Ter o olhar oblíquo cortante de um dente de sabre e tigre que rasteja e voa nos primórdios do enxofre de um vulcão. Forjar se de imaginação, poesia e misterio -eis o magma dos oceanos em mim. Descrucificar a mãe. E o pai. Coroá-los até a sepultura sem nomes ou sobrenomes. Catalogar o concreto ilusório e passageiro dos corpos que tive até o instante do piscar dos olhos e das entrelinhas dos cárceres e dos raios lunares costurados entre as vértebras. Eu sou a incansável Ágora e o indomito Agora. Seja qual ínfimo, infinito instante de ser em sendo eu mesma. Frêmita fêmea alquímica. Secreta, oculta. E nunca,  deserotizada! A casa ... a casa ... é viva e mora em mim. Reconstruo obras de vida. Limpo a cal e o esquecimento. Recolho os ossos da sepultura e com eles incenso o silêncio que é uma tal alma das palavras esculturais do temp(l)o. A lingua(gem) sôfrega, ardida e sorvente me ocupa do imponderável e me lança às esferas e às espirais do conhecimento. 

Texto e imagem: alessandra espinola. 2020.

Fragmentos do instante. (Rio/2020)

 Como a formiga caminha e sobe seus degraus de folhas. Assim eu caminho sem parar, faço pausas consideráveis para dormir, alimentar, respirar, repousar, olhar a formiga tiquinha carregando sua folha de toneladas. Cada um com sua folha sabe o quanto pesa e o quanto vale e o quanto importa. Cuide da sua folha , ela é só sua. Foi dada a você! Sejamos gratos, fortes e carreguemos nossa folha. Do jeito que ela é! Da forma e cor que ela é. Sem julgar a folha do outro. Pois temos todos as folhas da mesma árvores vindas do mesmo tronco e da mesma raiz. Cada um com seus nutrientes e cada um no seu tempo. Cada um sendo o galho segurando sua folha. Dando seus frutos e flores tal como cada um é e na sua própria estação e tempo tão distinto do outro. Quando respeitamos a folha do outro estamos honrando e respeitando a própria vida que recebemos. Cada um sabe o esforço e o preço que paga por sua folha. Eu com a minha folha e você com a sua. Sigamos! A sua folha é adequada somente para você. Tem tudo de que você necessita se alimentar, nutrir,  sombrear , pisar , navegar, aprender e viver! Respiremos. Assim eu vejo a fileira de formigas... Então, de repente, a formiga faz uma pausa. Parece dormir, conversar com alguma outra formiga...ou mesmo se deliciar com o canto espectacular da cigarra!! aprendi com nossas formiguinhas que somos o fluxo imparável do tempo como um rio que corre e seca e enche e esvazia e morre e nasce de novo em sua nascente de ser. O rio pausa - com suas águas em mansinho num murmúrio suave , doce e cristalino. A vida é feita de ciclos, estações, pausas, mortes e renascimentos. Mas sempre em frente! E cada dia uma folha cai e brota. Uma nuvem passa no céu e nos lembra da transitoriedade de tudo tanto quanto da generosidade da Vida! 🍀🌷

Imagem e palavras: alessandra espinola.  2020

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Rio/2021. Fragmentos

 Fragmentos


(Textos inéditos  2021)


Vem, lhe mostrarei a hora das seis , quando mamãe silenciava e ouvíamos os pássaros em revoada aos céus.  O olhar apenas sério e chamativo como uma chama de vela acesa no leve noturno que se pronunciava.  A  mesa posta, toalha de renda branca, as mãos postas tocando as nossas espaldadas e unidas. A firmeza dos pés no chão, sim sentavamos alacres e eufóricos , às vezes com alguma impetuosidade agressiva e corrediça, ajeitavamos a bunda na cadeira de madeira dura curtida, e eretos plantados à terra com o coração sobrevoando as densas eras passadas daquelas tardes de tapera. Ah a paz ! A paz no suspiro de vida que entrava pelas narinas.  O_culto ao coração. A revelar a alma. 


Alessandra Espínola

Rio, 26 de outubro de 2021.

Cartas a P. P. (RJ/2021)

Carta a P. P.

Que alegria imensa tem sido a tua abertura , olhar e propósito. Ido os medos inseguranças , dúvidas  e oscilações após deixar para trás tanto mar quando tu decidiste seguir está "viagem diplomática " no cuidar dos tesouros de todos. Encontrando-nos enfim a pedidos. Com teu olhar agudo e atento. As mãos como um Maestro nesta orquestração muitas vezes dissonante, trazendo as células músicas que vibram os tesouros tanto tradicionais e modernas, graves e agudas. Incipientes e maduras deste servir público que nem mesmo com a fome e a nudez se corrompem. E, com paciência temos ensaiado o melhor espetáculo para todos. Obrigada por seguir. Aqui expresso com gosto
esta tua trajetória. 

Quero parabenizar por todo seu caminho, pela coragem na lapela , pelos gestos que chamam e abraçam. Reúnem. E manipulam alquimicamente a roda da fortuna. Dando voz a toda tua arte de negociação e a  tentativa de prezar pela máxima da reciprocidade e das  honestas e empenhadas e justas medidas de cada cadinho. 

Voltar no passado é ao fundo e  sempre será  uma via que nos trará respostas tb ao futuro desde que tenhamos feito nossas próprias e necessárias descobertas.O jovem ávido com o tal brilho no olhar que ainda possui como lua brilhando no céu, cheia.  As sobrancelhas arqueadas como duas montanhas a subir. Continue a escalada num zigue-zague muita vez. O gosto pelo trato das finanças , o combustuvel , tudo disponível a tua artesania de mago  manejando todos os recursos dispostos na bancada (recusos internos  e externos sob teu arguto, como um alquimista ou pescador ou lavador de roupas sujas na beira do rio economizando o despejo de água limpa tratada e potável desviada irresponsavelmente  para o esgoto ou da praia ou nos templos com a talmude ou ainda nos almoços contemplando os azulejos de além mar. O afeto dispensado  a ti por tantos. E as perguntas lançadas em tua  mesa ou no fundo destas bagagens são o incentivo para que  tu lembres e  saiba:  leve o tempo que for,  mas cuidemos! ah, olhávamos adiante para  um novo horizonte com aquele ardor tb de romper com o processo de tanta acumulação , desperdício e injustiças. Reciclemos, reaproveitemos, pois tb.  Eis a longa  e URGENTE chegada hora!  Já tão  sabida de nosso BerçáRio  Natal. 
Voltemos : as aulas com os mestres simples já de cabelos grisalhos com uma linguagem de quase casa e rua a nos ensinar economia.  O Serviço Social. História.  Planejamento. Numa conversa quase informal falando de teorias complexas assim como que sentados à base de árvores e raízes consistentes ancestrais  da longa rua que dá no mar. A praia vermelha nascida das  manhãs ora chuvosas ora ensolaradas e nos intervalos os encontros culinários no "sujinho" . Os encontros com os legistas e os vizinhos africanos vindos para o Brasil em busca de conhecimento e trocas que nem eram tão xiitas quanto temos sido ao longo do tempo nas nossas diversidade toda e relações sociais das mais variadas. Os encontros com os artistas  e com os intelectuais que impulsuonaram a levar a tocha até o fim e até onde qualquer um de nós precisasse de nosso fogo. E fôlego. Sim, sob o antigo prédio de pilastras Greco -romanas nossas vidas seguiam com interesses cuidadosos de como lidariamos com Valores.  Nossa ânsia não utópica nem ufanica mas possível é real. Cada um na sua escolha, na sua cadeira,  execução, estudo, pesquisas práticas cotidianas e administração a caminho não só do que já sabíamos mas também ao novo e ao desconhecido.  O futuro e as mudanças pelas quais passariamos e estamos a passar aqui e agora neste tempo de funduras, crise e caos. Sabíamos que uma hora outra havíamos de nos reencontrar, agora mais maduros, sem medo, sem mágoas, e sem tantos apegos. Fato é que temo lidado com isso e hoje sabemos você e eu que necessitamos contar apenas com os próprios recursos internos e externos ( o RJ, todas as   cidades, o Brasil) . 
Sabe, tive orgulho de ver que tu tenhas reconhecido e lembraste de nós. E veio ao nosso chamamento- encontro  tão aberto ao diálogo e propositivo. Tônico e com a sensibilidade de sempre permeada de alguma irônica, venha traga-nos o teu bom humor. Tb aqui temos leveza e brincamos uns com os outros , todos por um e com um , zoando como abelhas incansáveis que trabalhamos e trabalhamos duro! Sem perder o gosto pelo mel. E oferece-lo, portanto!
Vou começar a te dizer, com o afeto de sempre . Ouca: não há bárbaros ente nós.  Precisamos de sua ajuda e tb estamos aqui para trazer os tesouros do fundo. Somos todos um. Ajudaremos tb. O que já temos feito.  E, agora quem sabe trazendo a bagagem necessaria de um tempo antigo mas com outras formas de  olhar e de lidar juntamente propostos a interagir e dialogar. Entre nós, a busca pela possibilidade do encontro, do aprendizado de complexidades e questões que tu trazes tb. Muitos do grupo tem ido a teu encontro, sob valores da democracia com todas as diferenças.  A  possiblidade de troca é enriquecedora em amplo aspecto. (Dá zoom no significado).  Somos uma espécie inteligente e sofisticada , alguns tem entrado por este pórtico várias e repetidas vezes como tb sentávamos na arena em frente ao prédio com ânsia de soluções práticas, objetivas (se necessário imediatas sim!-, mas principalmente mediadas e mediatas e ostensivas e com e_feito progressivo de maturação como as frutas que por lá caiam no chão ( e eu como um jabuti já recolhia as sementes de outrora e ainda hoje continuo para o replantio e reflorestamento que há tempos temos feito),  ou seja, do  cuidado que tu tens feito tb. Ademais, mais a frente logo já te aviso o que tu tb já sabes da nutrição, dos alimentos e do cuidado com os velhos- lembre-se disso! Ah Aproveitar os recursos e evitar os desperdícios tb, tônica de tuas falas entre palavras mais técnicas e teóricas.  Com esforço, responsabilidade , persistência e sensibilidade.  A Grande Musa te acompanha. A arte da política e as grandes artes. Peço-te que , se possível, continue seguindo nesse terreno inóspito , movediço e gelado deste longo e rigoroso inverno. Troquemos ferramentas, os suprimentos andam parcos, o frio tórrido, alguns se foram. E os que adoeceram e necessitaram dos serviços sociais -direitos inclusive extremamente necessário ao que contriburiam e gastaram horrores com saúde, abriamos mão  ou nos foram tirados a baila da burocracia , interesses que não visam o bem comum, verbas/direitos "tirados" porque não foram automaticamente entregues a quem devia - trazendo com issso acúmulos gigantescos ao longo da travessia de todos esses incontaveis anos e tempos! À guiza de autoritaritarismo , displicência ,  embaços e embaraços graves na administração, e na economia sim (o valor financeiro) em prol do cuidado e restabelecimento da saúde  (valor imponderável) negados , e oculto aos  que nos servem e tão  indubitavelmente buscaram sem a devida atenção, coerência, especificidade e diálogo entre todos. É preciso repensar com rigor, competência  e acolhimento estás questões e se possível todos os casos. Este e tantos outros exemplos de vários direitos e serviços que tem sido negado, de formas sutis e algumas vezes violenta de todos,  do grande grupo. Certeza que sentaremos humildes e dispostos incansavelmente comprometidos a por as cartas sobre a mesa. E juntos chegaremos à soluções que visem o justo e o bem de todos ainda que em atraso. Traga com segurança nossos recursos alienados e atrasados ainda que em bocados generosos, portanto.

Derretem as galerias de geleiras, parte desse aguaceiro de consciência que inunda a terra.  Aqui, fazemos de tudo para dividirmos tudo, carregamos o que pudermos nesta expedição, tem mais além, um trecho ainda mais duro, é necessário persistência. A  infraestrutura, sabe!?  Muitas antigas já não dão  mais conta e movem-se ao fundo já algum tempo e você sabedor de fundos e  tetos , compreende , não é!? Muitos no caminho auxiliando a todos. As pequenas pausas e hospedagens. Sabe, as vezes tenho a sensação de que te reencontro na civilização porque eu aqui segui outro caminho como fosse nas geleiras da Groelândia em prol de uma educação cujos valores se  baseiam na ética translúcida : democracia , no respeito, liberdade, verdade, justiça, harmonia e colaboração.  Pensamos e praticamos formas de como lidamos com a terra, agricultura , o território, moradia (parece estranho lembrar : ainda é preciso habitar!), mapeados os lugares e espaço abandonados, cada um deve de ter seu espaço no mundo e sabemos-nos cada um o seu lugar em suas capacidade e habilidades no esforço de estabelecermos  (diante de qualquer mudança) os meios integrais e mulitfacetados da vida ,  refletimos sobre os recursos, a natrueza, a arte, os animais, a estrutura toda. E os cuidados uns com os outros. Neste tempo num novo encontro, muitos deste grupo tem ido até tu e até os teus líderes tb. Aqui, líder tem o prático sentido de quem mais serve. Se desenvolve a si e a todos. Não como servil subserviente. Mas o que constrói e cuida e toca o barco juntamente com todos e para todos. Passamos o bastão, ninguém quer mais ou ter  mais que o outro porque se sabe merecimento. Peço que aos que forem até ti possam ser trazidos em segurança. Todos tb os que foram punidos por seus erros. A nossa lógica  é que quem erra não seja punido ou excluído mas sim reunido analisado refletido pensado e principalmente corrigido com acolhimento , seriedade e responsabilidade para que não o cometamos mais  no futuro.  Que possam trazer todos de volta com segurança, e de algum modo estáveis se assim o quiserem. 
Não nos preocupamos em julgar temos muito o que fazer (aprender e ensinar /trocar-compartilhar e trabalhar) todas as perguntas são vindas das dúvidas, faltas, pressa sim e desencontros. O caos não nos precitpita, a crise não nos aniquila, e a instabilidade e insegurança não nos causa medo. O que viemos então querer? Trocar tesouros e cuidados. Encontros. Dizer  que estamos tb dispostos há muito em colaborar e já o temos feito desde nossos bisavós e antes mesmo cuja contribuição sempre foi extensa e elevada , vital e o temos feito e assim tem sido nossa contribuição maior que o custo. Isso pesa sobre os pequeninos.  Ainda temos muito a contribuir e falar nesta dialógica limpa e límpida, complexa  sim mas diplomática e necessária. Sem a qual não conseguiremos avançar.  
Haverá o início do fim. Então.... sigamos um pouco mais na descoberta de um novo mundo. Com mais diálogo e maturidade de todos os lados. 
Por enquanto, é o que consigo dizer e num profundo abraço junto ao teu coração te saúdo: "Selde wende"! "Selde wende!"  Selde wende!"

Significado:  (*temos o mesmo pai e/ou somos irmãos)

Alessandra Espínola
Rio de Janeiro, outubro de 2021.
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Texto /cartas 2021.
Vivendo não somente sob o poder do fogo do metal da tecnologia E da comunicação.

Sagração so agora ou siario de insinuações. (RJ/2021)

 Da série de textos em tenaz constructo: 

Pensações e brevidades (Rio. 2021)


Penso quando é tão gostoso sentir o outro tal como ele é. Mesmo o corretor do celular - errante e descorrigindo tudo o que escrevo.  Já quem me sabe de conhecer e sentir entende mesmo quando a escrita parece uma hierorafia acrobática das palavras que não disse.  A leveza do afeto , do saber a si mesmo faz com que tudo se torne desobinublado e rio como reticências afetuosas à alma.  Cada vez mais deixo -me fluir assim qual finíssima pétala tocando nas mãos nas faces e nos corações e no couro mais macio de minha gata que se enreda nos meus braços e nos entregamos apenas em ser  e sentir. A manhã de domingo nos desperta musical como o marulhar das ondinas numa lua silenciosa e cheia de raros brilhos. A caricia das águas me amenizam os cansaços dos mergulhos e do surfar as quebradas. Carícias de águas serenas visíveis ao coração.  Sentidas por quem se põe sobre a beira ouvindo o sussurro de levar adiante barco por estas  bandas do afeto e da razão. 

Alessandra Espínola 

Rio, outubro de 2021.

Sagracao do agora ou diario de insinuações Rj/2021.

 Sagração do agora ou diário de insinuações: 


(Rio. 2021)


Para mim não há distinção de ação em relação a uma folha de alface que morre a míngua dentro de uma geladeira sem que seja para nutrição de alguém como alguém que caiu de uma passarela ou ciclovia ou ainda de um teto que cai e desaba sobre muitos por falta das  mesmas condições e tratos, reparos, e acuidade nos mais detalhados e amplos aspectos.  Isso desde a colheita, transporte, armazenamento, grandes e pequenas empresas que articulam produtos e pessoas. (Ainda toco de leve nos medicamentos vacinas todas, estados de ferrovias estruturais -geofísica e humana). Casos que tangenciam desde segurança federal a  pessoal e dos mantimentos vários e imponderáveis à vida que transportamos)- ainda não corri os minérios e a forma como isso vem sendo atropelado -, observemos com simplicidade e severidade: falta de reciclagem , reaproveitamento e desperdício ou mesmo competência de tudo o que vem antes, excesso de acumulação de vários âmbitos e sempre numa visão ainda mesquinha, punitiva, imatura narcisica egoísta,  não mudamos nossa forma de olhar e lidar com a construção de nossa vida diária particular e em sociedade como um todo de forma pública, social, ampla, global. A água que despejada potável ao nada falta nas maior parte da cidade nas grandes comunidades. Sem que estes tenham sequer para beber, cozinhar e banhar-se acarretando doenças já nas literaturas tidas como extintas como a sarna que leva no mínimo 1 ano para cura ( tendo se for o caso água e medicamentos ) imagine outras mazelas e maleitas. O chumbo e o ferro e as nojeiras que a maioria da população tem bebido para não morrerem. Mas sempre chega a hora em que tb "o camelo sente sede". Necessário e urgente repensarmos e agirmos num planejamento mais acurada sobre tais questões.  A reciclagem do lixo pesado e infinito produzido em casa familia. Por cada pessoa. Em cada instituição.  É o sentir a vida que muito me move dentro e fora de mim como ela e eu fôssemos e somos uma só vida.  

A geração tem recursos de todas as  mais inimagináveis fontes , frentes e fundos para capacidade e possibilidade  de renda justa, emprego , casa moradias,  escolas de especializações várias e multifacetada,  saúde amadurecimento da vida no Rio de Janeiro e no Brasil. Sabe, não precisamos de um novo país brasil escolas blá blá blá...precisamos de novas  formas  de lidar com o que tanto nos transborda  e temos. Novo olhar, nova escuta, novo diálogo, novo pensar,  sentir e agir. A partir desta junção de continentes que há  muito vem se amalgamando, e por  vezes sim, viemos rompendo ou sendo de tal modo covardes porque autoritários  (e isso já não funciona  mais!) Aviso aos mais cômodos navegantes. Mar silencioso tb tem seus perigosos movimentos naturais. Em prol de uma rota cujo comandante nos sinaliza ir adiante em alto mar! Comandante  este que tem sido a ânsia de nossa alma. De nosso espírito inqueito pensante audaz coerente com a transformação constante e progressiva da vida , criativo por isso mesmo , e tb empatico, conciliador ,afetuoso, alegre e não menos sério, respeitoso, trabalhador, persistente, esforçado,  e  responsável. Caminhemos, um pouco mais. 

(Desta vez não falei dos mortos - de zoom infinitamente no signidicado!) porque é assunto para outro texto parte deste livro-ventre. Livre.

Alessandra Espínola. 

Rio, outubro de 2021.

Sagração do agora ou diário de insinuações

 Sagração do agora ou diário de insinuações (2021)


O conforto nunca me acomodou. Por vezes, até causou irritações de mesmices nauseante e contraproducentes. . Aconchego - me nas entranhas livres de meu vente-livro. Criativa e natural e totalmente viável. Vou tomar o meu  café, contemplar as nuvens - pra onde  vão, e começarei a colher do mar conchinchas que de oitros navios virão à praia no debruar das ondinas.  Sob a face materna da lua. Como só eu sei e amo .  Tb o pai amolando as facas na chuvosa tarde do ferreiro.  Zurzir metais. 

À lembrança de meus anteriores.  Vivos, em mim, portanto. Flores e castiçais .  

Alessandra Espínola 

Rio, primeiro de novembro de 2021

Sagração do agora ou diario de insinuações. RJ/2021

 Sagração do agora ou diário de insinuações.  (2021)


Caminhando, depois de a chuva ter dado uma trégua, sinalizo mais de 10 esgotos transbordando até que parei de contar. Também ia refletindo sobre  o hades que há de abrir assim mesmo de um modo tal poético  que há quem nem vá sentir.  Só a consciência empalidecer em seu estado de comodidade. Como frutos de fantasias, óbvio.  O inusitado e  inesperado  existe. E continuei caminhando cheguei a sorrir pelo fato de que não se precisa esperar momento algum pra transformar o (meu) mundo num lugar melhor. Ah eu tenho o sossego do passaro que voa na imensidão  aprendi cada detalhe das árvores e seus apegos -raizes. No entanto, isso não me prende. Aliás  é o que me lança e destronca para longes vistas azuis.  Barro e mar. Modelagem dos instantes, sabe. Como cera que derrete na ardência da chama de uma luz. Basta estar aqui a clarear a noite sem lua. A escuridão do silêncio às buscas pelos corpos, destroços e tesouros. Continuei caminhando sem tropeços.  Devagar que é meu jeito de fazer as coisas , as  contas . Nisso não há erro. E cirúrgico o tempo-ventre é dono da morte e da vida. Da terra que molda e move. Do inferno que se abre aos imbecis. Cruéis. Imprestáveis e injustos. 

Alessandra Espínola

Rio de Janeiro, primeiro de novembro de 2021.

Cartas (RJ/2016)

 cartas


as vezes quando pronuncia a chuva nos fins de tarde venho  como se da terra fosse cheiro. venho como se fosse temporal guardado dentro de envelope de cartas dentro das gavetas de antigas casas abandonadas das olarias.

é como se levantasse a infância cheia de poeira e se sacudisse como faz um cão ao tomar banho ao sol. como faz um passarinho depois de banho de chuva na flor.

eu queria mesmo ter ficado tempo contigo na rua que ainda era de chão vermelho, lama quando molhava meu pé grande e plano parecia voar no escorregadio tempo de crescer em carne e sonho. 

eu queria ter vivido contigo e caminhado a infância em se perder de vista olhando o pôr do sol. ou ter sido tua irmã. dormido contigo as noites insones de dores que a vida metia em mim. queria ter virado adolescente sob teu olhar, ficado mocinha às horas de teu sorriso. nossas descobertas em contemplação de apenas ser. como as nuvens feito véus abrem um extasiado céu azul. sem lágrimas aranhando a garganta embargando minha voz tropeçando minha fala e teria engolido menos choro, contigo  eu teria vivido mais. te entregado meus sorrisos mais gostosamente, ter visto teu sorrir de molhar o meu olhar em face de amanhecer. queria ter colhido tuas dúvidas e abraçado teus vazios. gostaria de ter brincado contigo aquelas brincadeiras todas da meninice e contemplado teus olhos querendo voar. profusamente queria ter comemorado nossos aniversários em épocas de silêncios, riríamos a balde em soturna adulteza e escuridão das gentes. ah, mas eu. eu andava lá pelo mundo da lua. parece até que te conheço em todos os traços e passos e dribles e viagens e claustros.

ah, mas já estou velha e minhas pálpebras se debruçam como um velho ramo de amendoeira na varandinha do tempo...quando exerço a primavera é só um modo de fazer fábula da alma.

por toda infância eu te vejo. como os frutos nasciam e caíam do pé daquela árvore em frente ao casebre de teu habitar. era perto e dentro que eu te queria.

Rio de janeiro, primavera de 2016.

Alessandra Espinola

Textos RJ/2018

 Simplicidade do Ocaso

A noite vem lentamente em tom lilás sobre o cheiro de chuva.  Contudo, minha agonia pulsa dentro da nuvem em estilhaço. E quando, distraída contemplo a lua apreendida em retalhos como um enigma, sondando o plexo aberto da noite, com seu fio de contas simples,  uma onda de búzios no lago narra sua luz como um colar de prata no peito negro e nu  do ocaso.

Alessandra Espínola

Textos (Rio/ 2018)

Ontem, à  hora crepuscular, vi a tarde pular da ponte. Alguns estilhaços estriaram de espanto meu olhar, outros atingiram meu peito de grave ternura. Quando olhei de volta para meu corpo era todo um caleidoscópio de luz.

Alessandra Espínola

...dá-me o teu tempo comigo, comunga de teu fluxo, de tuas dores, traumas, belezas, virtudes, caminhemos o caminho, o passo sem pressa, sem ...