terça-feira, 2 de novembro de 2021

Cartas a P. P. (RJ/2021)

Carta a P. P.

Que alegria imensa tem sido a tua abertura , olhar e propósito. Ido os medos inseguranças , dúvidas  e oscilações após deixar para trás tanto mar quando tu decidiste seguir está "viagem diplomática " no cuidar dos tesouros de todos. Encontrando-nos enfim a pedidos. Com teu olhar agudo e atento. As mãos como um Maestro nesta orquestração muitas vezes dissonante, trazendo as células músicas que vibram os tesouros tanto tradicionais e modernas, graves e agudas. Incipientes e maduras deste servir público que nem mesmo com a fome e a nudez se corrompem. E, com paciência temos ensaiado o melhor espetáculo para todos. Obrigada por seguir. Aqui expresso com gosto
esta tua trajetória. 

Quero parabenizar por todo seu caminho, pela coragem na lapela , pelos gestos que chamam e abraçam. Reúnem. E manipulam alquimicamente a roda da fortuna. Dando voz a toda tua arte de negociação e a  tentativa de prezar pela máxima da reciprocidade e das  honestas e empenhadas e justas medidas de cada cadinho. 

Voltar no passado é ao fundo e  sempre será  uma via que nos trará respostas tb ao futuro desde que tenhamos feito nossas próprias e necessárias descobertas.O jovem ávido com o tal brilho no olhar que ainda possui como lua brilhando no céu, cheia.  As sobrancelhas arqueadas como duas montanhas a subir. Continue a escalada num zigue-zague muita vez. O gosto pelo trato das finanças , o combustuvel , tudo disponível a tua artesania de mago  manejando todos os recursos dispostos na bancada (recusos internos  e externos sob teu arguto, como um alquimista ou pescador ou lavador de roupas sujas na beira do rio economizando o despejo de água limpa tratada e potável desviada irresponsavelmente  para o esgoto ou da praia ou nos templos com a talmude ou ainda nos almoços contemplando os azulejos de além mar. O afeto dispensado  a ti por tantos. E as perguntas lançadas em tua  mesa ou no fundo destas bagagens são o incentivo para que  tu lembres e  saiba:  leve o tempo que for,  mas cuidemos! ah, olhávamos adiante para  um novo horizonte com aquele ardor tb de romper com o processo de tanta acumulação , desperdício e injustiças. Reciclemos, reaproveitemos, pois tb.  Eis a longa  e URGENTE chegada hora!  Já tão  sabida de nosso BerçáRio  Natal. 
Voltemos : as aulas com os mestres simples já de cabelos grisalhos com uma linguagem de quase casa e rua a nos ensinar economia.  O Serviço Social. História.  Planejamento. Numa conversa quase informal falando de teorias complexas assim como que sentados à base de árvores e raízes consistentes ancestrais  da longa rua que dá no mar. A praia vermelha nascida das  manhãs ora chuvosas ora ensolaradas e nos intervalos os encontros culinários no "sujinho" . Os encontros com os legistas e os vizinhos africanos vindos para o Brasil em busca de conhecimento e trocas que nem eram tão xiitas quanto temos sido ao longo do tempo nas nossas diversidade toda e relações sociais das mais variadas. Os encontros com os artistas  e com os intelectuais que impulsuonaram a levar a tocha até o fim e até onde qualquer um de nós precisasse de nosso fogo. E fôlego. Sim, sob o antigo prédio de pilastras Greco -romanas nossas vidas seguiam com interesses cuidadosos de como lidariamos com Valores.  Nossa ânsia não utópica nem ufanica mas possível é real. Cada um na sua escolha, na sua cadeira,  execução, estudo, pesquisas práticas cotidianas e administração a caminho não só do que já sabíamos mas também ao novo e ao desconhecido.  O futuro e as mudanças pelas quais passariamos e estamos a passar aqui e agora neste tempo de funduras, crise e caos. Sabíamos que uma hora outra havíamos de nos reencontrar, agora mais maduros, sem medo, sem mágoas, e sem tantos apegos. Fato é que temo lidado com isso e hoje sabemos você e eu que necessitamos contar apenas com os próprios recursos internos e externos ( o RJ, todas as   cidades, o Brasil) . 
Sabe, tive orgulho de ver que tu tenhas reconhecido e lembraste de nós. E veio ao nosso chamamento- encontro  tão aberto ao diálogo e propositivo. Tônico e com a sensibilidade de sempre permeada de alguma irônica, venha traga-nos o teu bom humor. Tb aqui temos leveza e brincamos uns com os outros , todos por um e com um , zoando como abelhas incansáveis que trabalhamos e trabalhamos duro! Sem perder o gosto pelo mel. E oferece-lo, portanto!
Vou começar a te dizer, com o afeto de sempre . Ouca: não há bárbaros ente nós.  Precisamos de sua ajuda e tb estamos aqui para trazer os tesouros do fundo. Somos todos um. Ajudaremos tb. O que já temos feito.  E, agora quem sabe trazendo a bagagem necessaria de um tempo antigo mas com outras formas de  olhar e de lidar juntamente propostos a interagir e dialogar. Entre nós, a busca pela possibilidade do encontro, do aprendizado de complexidades e questões que tu trazes tb. Muitos do grupo tem ido a teu encontro, sob valores da democracia com todas as diferenças.  A  possiblidade de troca é enriquecedora em amplo aspecto. (Dá zoom no significado).  Somos uma espécie inteligente e sofisticada , alguns tem entrado por este pórtico várias e repetidas vezes como tb sentávamos na arena em frente ao prédio com ânsia de soluções práticas, objetivas (se necessário imediatas sim!-, mas principalmente mediadas e mediatas e ostensivas e com e_feito progressivo de maturação como as frutas que por lá caiam no chão ( e eu como um jabuti já recolhia as sementes de outrora e ainda hoje continuo para o replantio e reflorestamento que há tempos temos feito),  ou seja, do  cuidado que tu tens feito tb. Ademais, mais a frente logo já te aviso o que tu tb já sabes da nutrição, dos alimentos e do cuidado com os velhos- lembre-se disso! Ah Aproveitar os recursos e evitar os desperdícios tb, tônica de tuas falas entre palavras mais técnicas e teóricas.  Com esforço, responsabilidade , persistência e sensibilidade.  A Grande Musa te acompanha. A arte da política e as grandes artes. Peço-te que , se possível, continue seguindo nesse terreno inóspito , movediço e gelado deste longo e rigoroso inverno. Troquemos ferramentas, os suprimentos andam parcos, o frio tórrido, alguns se foram. E os que adoeceram e necessitaram dos serviços sociais -direitos inclusive extremamente necessário ao que contriburiam e gastaram horrores com saúde, abriamos mão  ou nos foram tirados a baila da burocracia , interesses que não visam o bem comum, verbas/direitos "tirados" porque não foram automaticamente entregues a quem devia - trazendo com issso acúmulos gigantescos ao longo da travessia de todos esses incontaveis anos e tempos! À guiza de autoritaritarismo , displicência ,  embaços e embaraços graves na administração, e na economia sim (o valor financeiro) em prol do cuidado e restabelecimento da saúde  (valor imponderável) negados , e oculto aos  que nos servem e tão  indubitavelmente buscaram sem a devida atenção, coerência, especificidade e diálogo entre todos. É preciso repensar com rigor, competência  e acolhimento estás questões e se possível todos os casos. Este e tantos outros exemplos de vários direitos e serviços que tem sido negado, de formas sutis e algumas vezes violenta de todos,  do grande grupo. Certeza que sentaremos humildes e dispostos incansavelmente comprometidos a por as cartas sobre a mesa. E juntos chegaremos à soluções que visem o justo e o bem de todos ainda que em atraso. Traga com segurança nossos recursos alienados e atrasados ainda que em bocados generosos, portanto.

Derretem as galerias de geleiras, parte desse aguaceiro de consciência que inunda a terra.  Aqui, fazemos de tudo para dividirmos tudo, carregamos o que pudermos nesta expedição, tem mais além, um trecho ainda mais duro, é necessário persistência. A  infraestrutura, sabe!?  Muitas antigas já não dão  mais conta e movem-se ao fundo já algum tempo e você sabedor de fundos e  tetos , compreende , não é!? Muitos no caminho auxiliando a todos. As pequenas pausas e hospedagens. Sabe, as vezes tenho a sensação de que te reencontro na civilização porque eu aqui segui outro caminho como fosse nas geleiras da Groelândia em prol de uma educação cujos valores se  baseiam na ética translúcida : democracia , no respeito, liberdade, verdade, justiça, harmonia e colaboração.  Pensamos e praticamos formas de como lidamos com a terra, agricultura , o território, moradia (parece estranho lembrar : ainda é preciso habitar!), mapeados os lugares e espaço abandonados, cada um deve de ter seu espaço no mundo e sabemos-nos cada um o seu lugar em suas capacidade e habilidades no esforço de estabelecermos  (diante de qualquer mudança) os meios integrais e mulitfacetados da vida ,  refletimos sobre os recursos, a natrueza, a arte, os animais, a estrutura toda. E os cuidados uns com os outros. Neste tempo num novo encontro, muitos deste grupo tem ido até tu e até os teus líderes tb. Aqui, líder tem o prático sentido de quem mais serve. Se desenvolve a si e a todos. Não como servil subserviente. Mas o que constrói e cuida e toca o barco juntamente com todos e para todos. Passamos o bastão, ninguém quer mais ou ter  mais que o outro porque se sabe merecimento. Peço que aos que forem até ti possam ser trazidos em segurança. Todos tb os que foram punidos por seus erros. A nossa lógica  é que quem erra não seja punido ou excluído mas sim reunido analisado refletido pensado e principalmente corrigido com acolhimento , seriedade e responsabilidade para que não o cometamos mais  no futuro.  Que possam trazer todos de volta com segurança, e de algum modo estáveis se assim o quiserem. 
Não nos preocupamos em julgar temos muito o que fazer (aprender e ensinar /trocar-compartilhar e trabalhar) todas as perguntas são vindas das dúvidas, faltas, pressa sim e desencontros. O caos não nos precitpita, a crise não nos aniquila, e a instabilidade e insegurança não nos causa medo. O que viemos então querer? Trocar tesouros e cuidados. Encontros. Dizer  que estamos tb dispostos há muito em colaborar e já o temos feito desde nossos bisavós e antes mesmo cuja contribuição sempre foi extensa e elevada , vital e o temos feito e assim tem sido nossa contribuição maior que o custo. Isso pesa sobre os pequeninos.  Ainda temos muito a contribuir e falar nesta dialógica limpa e límpida, complexa  sim mas diplomática e necessária. Sem a qual não conseguiremos avançar.  
Haverá o início do fim. Então.... sigamos um pouco mais na descoberta de um novo mundo. Com mais diálogo e maturidade de todos os lados. 
Por enquanto, é o que consigo dizer e num profundo abraço junto ao teu coração te saúdo: "Selde wende"! "Selde wende!"  Selde wende!"

Significado:  (*temos o mesmo pai e/ou somos irmãos)

Alessandra Espínola
Rio de Janeiro, outubro de 2021.
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Texto /cartas 2021.
Vivendo não somente sob o poder do fogo do metal da tecnologia E da comunicação.

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