Quero seguir a noite com meus ossos intactos. A voz posta sobre a cômoda. Palavras fechadas bem guardadas como em caixinhas de madeira para jóias. Preciso da vida das ruas dos cafés abertos de um sofá num hall uma poltrona numa livraria preciso tocar de novo tua face sob essa lua num banco de jardim. Preciso sentir teu cheiro quente exalando dos cabelos frescos e grisalhos desde tão jovem e tua nuca nua amparar meu beijo. Preciso do lar aqui dentro sem restrição de plantas bichos música silêncio e os dialogos que correm alta madrugada. Porque falo sozinha quando tomo banho.Te ouvir em todos os gestos mínimos e distraídos. O abraço acolhendo minha solidão. O abraço acolhendo meu silêncio profundo. Preciso só disso: de nada dizer.
Rio, junho de 2020.
Alessandra Espínola
quarta-feira, 17 de junho de 2020
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