terça-feira, 27 de setembro de 2011

Enigmas

E esse estremecimento de músculos chicoteando carnes?
Vozes densas como peixes carnudos rubros rondando outubro em seus corais com seus dentes de serra leoa e barbatanas guelreando à face e ápices de estrelas-do-mar lançada à espuma noturna.
E esses relâmpagos nas pálpebras? Esses enigmas de luas? 
São os alfalábios planctônicos íntimos no céu submarino de opala desta ilha flutuante perdida.
Distraída na tarde que se debruça no meu silêncio aliso a borda da xícara de porcelana de rabiscos caóticos e intraduzíveis, bebo o indecifrável chá com gosto de lâmina introduzida da medula a medusa rosácea. Minha cabeça rola nécton no labirinto de águas.
Labirinto de águas e anêmonas, aqui o rosado blue neon de nomes e lendas.

Um comentário:

  1. viagem de decomposição interior onde expõe às traças abusando da mutação das palavras. sua poesia é estado bruto.

    bjs

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