Eu sempre soube que setembro se abre, que setembro floresce e que setembro antes de morrer, no final nasce todo e faz nascer o mundo novinho em folha. Sempre setembro se abre e abraça galhos um pouco tristes e se dá inteiro para árvores que só parecem ter secado até a raiz, mas setembro começa e o tempo de uma vida inteira toma tino. Cessam os ventos mais cruéis cortantes, e o frio fica ameno, um tempero de gestos e cores. O sabor das frutas ficam agridoce - mistura de raízes e flores. É com ímpeto que setembro surge. É com suavidade e menos murchezas. Setembro se multiplica, isso eu sei. Ninhada de pássaros fazem arrulhos e orquestras no ninho do peito das velhas crianças. Gatos pulam janelas e vasculhantes, caem de pé, viu!? Thummmm...Viu só. É só susto setembro. Sustos de vida, já viu isso!? Gatos e cães malandros cagam na porta de casa. São negros, brancos. Malhados de maciezas. Miadas e gatunagens em setembro, um salseiro só. Setembro tem uma coisa: dura a vida inteira.
domingo, 18 de setembro de 2011
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lembro setembro como se fosse outro. do tempo em que ia à escola de pés descalços. os gatos me acompanhavam sobre os telhados que guardavam o sol dos dias. o frio que fazia era de renguear cusco. a terra brotava gelo. os campos cobertos de geada. na manhã fria onde o gado comia capim que mais parecia picolé. eu ia dando um (r)olé até a porta da escola. o sabor do vento no rosto. o vento que uivava como um fantasma. meus dedos dos pés quebrando-se nos paralelepípedos gelados e úmidos. o setembro era longo. eu respeito setembro. gosto mais de setembro do que agosto. não gosto de outubro, que chega abrupto, bruto e rubro. um calor infernal toma conta de tudo. gosto mais do setembro invernal. sou assim. desvairado. sem fim.
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