Setembro ainda. E tudo lá fora é fantasia... brilho bruma vapores e hálitos vulvânicos quando cavas fundo o substrato ancestral e obsceno da argila neste silêncio-amora que o fôlego evola no sobressalto da ilha.
Medro dúvidas. Nada sei se compreendo, me rendo como rede estendida no nada, convulsa renda tecida em cirandas de mãos ágeis e sedosas que costuram signos no ventre.
Mergulho dúvidas. Vasculho, revolvo e focinho fósséis debaixo dos lençóis do tempo descendo a noite. E sobre as colchas que me retalhas em expostas conchas entre as coxas. Não sei se cura a cara a palavra em descoberta nu espelho da larga ilharga e da lagoa muda. Mas desnuda e transmuta a face de furna em flor.
Falseio dúvidas. Parto para o mar que lambe os rostos em contorno na areia e quando à exaustão das viagens tu me molhas e fustigas a cabeleira medusa faminta como ventosas soltas à força dos ventos.
Setembro anuncia. E aqui quando o olho da ampulheta pisca e dormita beijo teu vocabulábio e tua língualírica audaz me lambe voragem de nascedouros e invenções, e me abre escapulário lábio de segredo-córrego leitoso até o rubro viscoso do osso de mim.
o último tremor de morte
ResponderExcluirda línguagridoce
o silêncio do céu cintila
uma corrente de metal
lâminávida línguáspera viva
uivândalosonhos
tecidos no silêncio ocioso
diantespelho da noitespessa
o sanguestendido
um arco-íri(s)desce do escarcéunário
imenso ensimesmado riodiário
entre o denso frio
de almas entristecidas
de gemidos quebrados
onde lábioseios submersos
na nódoa amêndoa do mundo
da medula que acidula
o ácido de similar seiva o mar
salivas espumas
saboróseas líricas
este perfil narciso
dentre postiço desvario
de vapor parvo
solstício de verão o inverno
onde acarí
cio o orifício dentrifício
são ossos do ofício
o negócio do ócio o oco do fósforo
a desforra da salamandra
o ar voraz de sandra
da razão envolver a árvore vertical
onde vou ver o mar
o vôo do alb
atroz
revolver o mármore suave do martírio
rever o amor
abalar a ave
(a)tingir de vermelho a alma
o revólver (a)tingir
a dor ir
revogável do duro ofício diário
o orifício do caralho
expelir a voragem no orvalho
a cor do carvalho
a cor da desaceleração
a coragem coração
o sabor da amargura
a levedura o langor
a armadilha a tortura
a tártara ruga
da tartaruga
a rusga entre a armadura
e a pedramole tanto embate
até que fode
e marche e desfolhe
e ore e descolore e descobre
a desoladora e vísceral arma
a empunhadura do punhal en
cravando a unha na espinha dorsal
(f)agulha
parati para mim para-mirim
que me vou prá tramandaí
oh tremendão
e daí que a pa-
lavra me tece me retece me remete
etecétaras e tais
me derrete na mão
o chá das dezessete desinto-
xica da silva adeus à chica
a porcelana xícara
uma porção cara me excita
um bacanal me recita
um som de cítara no carnaval
uma batalha em guadalcanal
street uma doca estrita
mente leia-se leila diniz
um disse que me disse
tu me dá dez que te dou vinte
prá escrever uma " renga em new york "
que é maior do que a morte
só há vida após a morte
mas eu não creio nisso não
nem receio disso não
eu anseio teu seio na mão
malvada minha cara mal lavada
cheia de tesão eu te toco
touch me
em tocantins
caprichosamente boi garantido
em parintins
a palma da minha mão
no sertão do jalapão que o diabo amas
sou assim mesmo ensimesmado
lá onde o diabo
perdeu as sete botas do gato
eu vi um gato
resmiando à espreita
um rato atrás da porta
vê se te endireita
vira à esquerda na es
quina da mesa eu te como
sobre a mesa debaixo dela
sentada na cadeira
sem eira nem beira
à river
side do rio de janeiro
o teu passado da portela
oh! jardineira
que passa um slide do sambódromo
um drama sambado da mangueira
do morro do salgueiro
eu mo(r)ro na ex-barra da tijuca
ventania ao corcovado da urca
ao arco da lapa
que nhaca essa vida que não é vida
que não é vida é replayground
da minha vida é só uma ida...