quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Quinta

Língua de fogo arrepiado na orelha desenhando ritmos de mar nos lóbulos em brasão de borboletas, borbulbos ventos sulcam e penetram vincos e brechas das telhas de meu teto de amianto com ar dor-vaporalado cortando a noite abafada de minhas penumbras zumbias .

Na ponta hirta dos dedos das maõs flores míudas em crescente fulgor e fartura, introduz cada um deles na minha boca muda semeando outubro debaixo da língua que cresce em saliva e brota-esborra essa overdose bruta rubra- escarlate.

A ponta das línguas avançam tigre e lince roendo verso a verso o timbre da dança de_composição na arena-vertigem do céu de opala selvagem. Decompõe-me nua dulcíssima salina salamandra-dançarina na sua medula alquímica e árdua mandíbola.

Um comentário:

  1. o alvo
    seria o olhar
    da brasa cotidiana
    nessa clausura assombrosa
    de acordes rosas

    num colosso de ossos
    o cheiro da carniça
    e a carcaça de (s)o(m)bras

    sob o sol odiado
    de amarelo mortuário
    do céu de odessa
    a rufar no crepúsculo
    incendiário das estrelas

    no rugido da noite
    um ranger de dentes
    e o convulsivo gozo
    da engrenagem

    - épica odisséia -

    à míngua do musgo
    moem o lixo
    mandíbulas de metal

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