terça-feira, 4 de outubro de 2011

De véus, noites e chamas

Véus-segredos saltam na tua face como ventos vergando capim na estrada, dançam ciranda de mel e pétalas na raiz de teus dedos como cometas que penetram nas têmporas do tempo desde a infância que sonha e inventa... desde a casesperança que a felina enfrenta.

Véus-noites de trama e precisão de esfinge se deitando numa fonte inventada do céu que a língua acende como labareda-lanterna na voz do homem atravessado de sombras e exílios.

Véus-lâminas veludas abrem rios cicatrizando crisântemos, solidão de paragens ao sol e a treva de tarântula e lenta da paisagem de um fruto à beira dos olhos.

Véus-flores açoitando a noite, a névoa, o núcleo rubro do fogo lá onde tudo é chama. Te chamo. Dançam os véus, os anéis, os guizos, a girandôla lírica, as flores e as escamas do silêncio no punhal da noite que a procura entranha.

Um comentário:

 a torre traz uma ideia de experiência esmagadora do despedaçamento das estruturas - geralmente internas e que levam às externas. Necessário...