segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Agosto, 2021.

 26 de agosto se 2021. Rio de Janeiro. 

Agosto é silencioso como o agasalhar de jornais o fruto o grito o urro.  Encalda-lo. Sempre tem essa  véspera de morrimentos. Começou cedo isso,  lá atrás com a vovó.  Foi se morrendo uma por uma , aos poucos... depois outra e mais outra e ainda outra depois. Ensinamentos de morrer.  Ir. Partir.  

Sim, aprender a chegar. Ficar. Pôr em banho em maria e espera, sim!?

O sol já vem chegando.  Mais cedo e esperto nas latrinas da cidade.  Ah eu quis dizer vitrais da cidade. Tudo brilha e tem furta cor. É só olhar com mais atenção que tu vê. 

Como a capa das asas das moscas verdes.  As casas recendem a poeira de antigos gestos.  A mancha na parede das mãos.  Das costas das cabeças encostadas.  A sombra nos espreita alerta... é dia ! Nos relembra a luz na fresta da porta de vidro quebrado. Um pássaro insinua uma salsa sobre o galho de romã.  Por vezes, a vida não tem a coerência e a linearidade que insiste o glossário do tempo de vida descendo ladeira abaixo. 

Alessandra Espínola 

Rio, inverno de 2021.

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