Aprendo o caos. Apreendo muito a parte sensível de cada ser. De cada rompimento. Dos cortes abruptos sem anestesia. Das partidas sem adeus. De tudo o que me penetra inda que indo e findo, tudo que toca e cava, desenterra da cova (o som d')a flauta. Concedo e permito à alma a transformação pelo afeto, pelo fundo, pela raiz, pelo fio do labirinto de creta, pelo desmanche do feto, pelo labor ad eternum , pela bolsa escrotal e pelos berço uteral e pelos umbigos enterrados e pelas bacias de sangue e gene, pelos brancos panos molhados da loucura, apreendo as ervas e o fumo e o sal. Aprendo pela dor e pelo amor e por todas as tentativas de dizer e pelo não dito...aprendo.
O caos me ensina novas maneiras de ser-estar no mundo. Um estado camaleonico de deserto.
Rio, agosto de 2020.
Alessandra Espínola
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