dissolver o barro no poder da água
amassar como quem aperta o peito da mãe (terra)
e absorve a láctea textura nas mãos
penetrar em mergulho
o absoluto a fonte a foz
decantar memórias ...
no tempo, no silêncio do retiro
na retidão de si que é o ser único - em qualquer forma o uno,
desbastar e bastar-se num contínuo imiscuir-se no todo
há nisto o reencontrar-se
o remodelar-se, o ad infinitum, vir a ser.
onde há barro, há a rara rebeldia em concerto pra ré maior
onde há corpo, há a rebeldia infinita de ser
e de ser livre em si, sem margens, sem beiras, sem contornos, sem tempos
eis a sombra, o áspero, o bruto, o grosso caloso das mãos por andar com as palmas tocando a própria experiência de Ser (tateando o original) e se esculpindo de saber com as exprimntações e através delas, sem vítimas (ainda que tenhamos sidos todos), apreender o caos o desforme e diluída argila da sombra.
nisso, sou aparição e repatriação no mundo e eu amo
Alessandra Espínola
Rio de Janeiro, maio de 2025.
Nenhum comentário:
Postar um comentário