sábado, 17 de maio de 2025

 dissolver o barro no poder da água

amassar como quem aperta o peito da mãe (terra)

e absorve a láctea textura nas mãos

penetrar em mergulho 

o absoluto a fonte a foz

decantar memórias ...

no tempo, no silêncio do retiro

na retidão de si que é o ser único - em qualquer forma o uno,

desbastar e bastar-se num contínuo imiscuir-se no todo 

há nisto o reencontrar-se

o remodelar-se, o ad infinitum, vir a ser.

onde há barro, há a rara rebeldia em concerto pra ré maior

onde há corpo, há a rebeldia infinita de ser

e de ser livre em si, sem margens, sem beiras, sem contornos, sem tempos

eis a sombra, o áspero, o bruto, o grosso caloso das mãos por andar com as palmas tocando a própria experiência de Ser (tateando o original) e se esculpindo de saber com as exprimntações e através delas, sem vítimas (ainda que tenhamos sidos todos),  apreender o caos o desforme e diluída argila da sombra. 

nisso, sou aparição e repatriação no mundo e eu amo 

 

Alessandra Espínola

Rio de Janeiro, maio de 2025.

 

 

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