sábado, 17 de maio de 2025

reinvento a casa

meu jeito único de viver 

de morar, de habitar, de conviver

reivento família (eu e eu mesma, que seja e que é dentro) dentro de uma casa, 

casa de fogo, água, e vento

terra moldada de sangue argiloso primitivo

o silêncio profundo de um ouvido posto na palma da mão

como um feto colhido em cocnha-coração

corais submetidos ao tempo , alma templo, 

espirito das águas movendo Sépia em vôo dentro da cabeça

peixes respiram á beira do substrato

crescer em digitais no campo na praia 

no tempo em que o mar corria sobre a areia

veias tecidas no coração do Sol, o norte sendo traçado, Lua sobre Montanha, 

e São Jorge guardando o útero,

as mulheres da casa rompem como que a bolsa estourando e desaguando no mundo seus caminhos

num cordel lírico e negro, um  mosaico-caleidoscópico , num calendário floral de hécate, 

o candelabro aceso na diagonal da casa, a luz sibila: ser que dança

e o som atravessando a sombra

num cortante lábio de Lilith

 

Alessandra Espínola 

Rio de Janeiro, maio de 2025

2 comentários:

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