quinta-feira, 2 de novembro de 2023

{para Diego}

sei que o amor dança como serpentes dentro das carnes dos homens feito sol explodindo . cardumes dentro dos corpos . como a lua que mergulha em sua terra profunda , o amor se enaltece nos corpos dos bailarinos, é sua morada, sua exaltação. está em casa o amor, e é como um abridor de latas para rasgar o ventre do espaço, nascedouro o amor nos corpos dos bailarinos, por isso nunca cabem em ventre algum , veja: estão sempre em movimento. os pés num impulso como se saissem do fundo do poço ou dos oceanos de volta à superficie das águas, como se respirassem pela primeira vez e dói o amor nos pés que como pulmões em pleno grito não solto tangem os músculos no corpo, o ventre se abre, e então é luz. e tudo é abrigo no passo que alça voo e solo,  a rua,  o céu aberto , o chão, o amor dança na anca dos seus pés  - alucinada miragem fugaz veloz voraz , o amor sabe os corpos dos bailarinos. 


Rio, 02. novembro. 2023

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