À beira do lago eu remava minha solidão como uma flor na pirambeira ribanceira ribeira de esfinge se deitar, lambia o lago com língua de fogo e meu dorso debruçado se dava em leitoso candelabro de cores, tremia ao vento a crina buquê de nectarina na face do lago, eram como árvores frondosas ao vento, era o vento tomando espectros, à beira do lago eu pensava lonjuras de dar n'água, queria vitórias-régias e raízes nadadeiras, peixes rubros vertendo rios perfumes espargidos na tarde, nebulosas nascendo mundos novos, o lago à beira inteira da cidade de sonhos lilases-verdes de asas que devora o cavalo que cavalga no fundo das águas. À beira de meu pasto o lago a lagoa o rio a lua num galope de lágrima e névoa-magma, à beira do lago entardecia o olhar violeta, tecia estrelas como fino teor de leveza como bonecas-estrelas para que a noite foice menos e mais canção e móbile. Na beira do lago eu me dormia como barcos de papel lançados à deriva, o casco era ocaso que por acaso certo afundava furna e se transformava em corais de prata e sal na tua memória marítima ilíada. Na beira do lago de nuvens a pupila-cristal lançada ponte de chegar ao centro, e depois? depois Estrela d'água!
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a torre traz uma ideia de experiência esmagadora do despedaçamento das estruturas - geralmente internas e que levam às externas. Necessário...
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Ao cair da tarde no terreno da casa velha as frutas mais que macias de tempo caiam aos montes e esparramavam-se no chão como sorrisos largos...
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não há garoa que não passe, garota! *** ao cair da tarde as folhas cá em gotas *** muriçocas a zunir no ouvido da gata que maçada!...
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As vezes, evito escrever coisinhas aqui no "feedboock" q é pra num chocar tanto. Que choque ninguém gosta né. Pq eu num dou aquel...
na beira do lago/
ResponderExcluirhorizonte alargado/
lágrima/
névoa/ilíada
Tudo à deriva
das águas! beijos
Lázara
ResponderExcluirPassei para agradecer o compartilhamento.
Seu blog me inspira muito. Hoje estou passando para desejar um FELIZ NATAL e PRóSPERO ANO NOVO a você e toda a sua Familia.
Bjs
Alessandra
ResponderExcluirVoltei e reli seu texto é lindo.
Desculpe-me da minha distração, o comentário acima
é para você. O blog da Lázara tambem aprecio. Tem muita
sensibilidade como você.
bjs
Elisa, obrigada sempre pela sua presença!
ResponderExcluirTranscendental. Poesia lisérgica. Adicto que sou - amei.
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