eu vi o
poema:
eu vi o
poema
que se tecia
no sonho
tateando,
esculpindo a trilha -
o tantra do
mundo,
a vida em
trama de luz e som
flor dos
olhos era a fulgente rosa dançarina de sol
em silêncio:
o verbo na carne; canção de fogo e vento,
num corpo de
pele ocre do magma -
raio
resplandescente de alma
lua âmbar
lamparina no redemoinho
dissolvendo
a treva e a sombra do átomo
átimo
infinito desvelando o poema
feito feitio
de tempo queimando o barro
iluminária
de ventre germiando o caminho o acaso legendado
o sagrado
decantado
deitei a
raiz e a fronte no teu colo de terracota
eu vi o
poema íntimo
renascido do
templo de évora e da ilha d'áfrica
nada era
bruto nem de sangue morto
era orvalho
da palavra
era o poema
vivo eu vi
teia
nebulosa colorida
feixe
cristalino d'água!
alessandra
espínola
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